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A Fada dos Sonhos
A Fada dos Sonhos

 

 

A cidade desejada

     A cerca de 1000 milhas da Oceânia existia uma Ilha com uma área aproximada de 9000 Km2, ocupada na sua grande maioria pela cidade de Dreamland.
Dreamland era uma cidade muito especial onde todas as casas eram brancas e redondas, ladeadas por frondosos jardins. Era uma cidade cheia de luz, ruas largas onde abundavam instituições ligadas á cultura: havia imensos museus, bibliotecas, teatros, casinos, faculdades e casas de cultura. Todas as artes eram na cidade Dreamland muito apreciadas e reconhecidas. A presidente desta cidade era uma famosa bailarina, dinâmica e competente que tinha como principal prioridade a educação e a saúde dos habitantes que nela haviam votado. Nesta cidade as crianças só iam á escola pela primeira vez, aos 8 anos de idade, altura em que, atingiam maturidade cognitiva para tal, ate lá viviam uma infância livre e feliz destinada às brincadeiras e jogos que podiam escolher de acordo com os seus interesses. As escolas nesta cidade eram diferentes das do resto do mundo: os alunos podiam escolher as disciplinas e matérias do seu interesse: de uma oferta de 20 disciplinas podiam selecionar as 8 que mais lhes interessava. Assim, cada aluno era respeitado de acordo com os seus talentos.
     As pessoas mais velhas eram tidas como uma fonte de sabedoria e tinham todas as suas necessidades básicas asseguradas: alimentação, cuidados de saúde e convívios frequentes com outras gerações. Dreamland tinha aproximadamente 25000 habitantes entre os quais a família Petrova. Esta família era especial porque marido e esposa eram anões. Tinham 5 filhos e eram ambos cirurgiões no principal hospital da cidade. O facto de serem anões não os impedia de exercer a sua profissão pois operavam em cima de bancos adaptados para o efeito. Katherine e Tom Petrova tinham nascido em países diferentes e encontraram-se na cidade Dreamland justamente porque a família de ambos, preocupada com o seu futuro os tinha mandado estudar para a escola secundária “Number One” na sua adolescência. Achavam que nessa cidade pautada pela cultura, boa educação e com uma vasta oferta de oportunidades uma vida bem-sucedida estaria mais facilmente garantida. Conheceram-se aos 16 anos e como tinham em comum o facto de ambos serem anões desde logo sentiram uma empatia muito forte um pelo outro. Prosseguiram os estudos lado a lado ajudando-se mutuamente tendo ambos conseguido terminar os seus cursos com notas distintas.
     Certo dia Katherine encontrou Tom desmaiado na garagem da sua moradia. Preocupada Katherine chamou os serviços de emergência e já no hospital foi diagnosticado a Tom um grave problema cardíaco que exigia uma operação de alto risco. Uma equipa formada por vários médicos decidiu que Tom teria de ser operado pois de outro modo não teria oportunidade de sobreviver.
     Katherine encheu-se de coragem e pediu aos colegas que a deixassem comandar a cirurgia. Durante a cirurgia aconteceram várias complicações: consecutivas paragens cardíacas e uma grave hemorragia interna que apesar de ter sido auxiliada por várias transfusões de sangue se veio a tornar fatal. Todas as tentativas foram em vão e Tom acabou por falecer na sala de cirurgias nas mãos da sua amada, Katherine.
     Apesar de muito triste, e de um luto muito difícil Katherine nunca se arrependeu de ter sido ela a operar Tom. Tinha dado o seu melhor para lhe salvar a vida.
     Anos mais tarde, Katherine tornou-se dona de uma significativa fortuna graças ao seu trabalho. Dedicou a sua vida ao serviço dos outros, nomeadamente, auxiliou pessoas com necessidades educativas especiais que chegavam de vários cantos do mundo. Fundou então, a maior instituição de solidariedade da cidade e uma das maiores do Mundo á qual deu o nome de Tom Petrova. E Dreamland continuou a ser uma cidade de sonhos.

Autor: A Fada dos Sonhos