O Inaudito Povo
Era uma vez um povo que vivia na Antártida e chamava-se Povo Skicadu. Todos os seus elementos eram muito simpáticos e conversadores. Utilizavam Kispos e casacos com muito pelo e umas calças grossas, também muito peludas e quentes. Para além destas caraterísticas, este povo tinha outras muito próprias como por exemplo a sua voz. Talvez fosse do frio, talvez não… mas a sua voz era muito aguda, quer fosse homem, quer fosse mulher. Era um povo tão especial! Contudo, ninguém conhecia este povo.
Certo dia, uma rapariga do Povo Skicadu, talvez a rapariga mais jovem e conhecida entre os seus elementos, chamada Anne, saiu do iglô onde morava e foi dar um passeio. Caminhou, caminhou… até que encontrou um edifício que parecia um conjunto de habitações para cientistas. Anne aproximou-se daquele edifício e observou-o com muita atenção, a tentar descobrir qual era a sua função. A certa altura, uma rapariga, que aparentemente tinha à volta de 25 anos, abriu uma janela do edifício e viu Anne.
-Bom dia! Quem és tu?
-Eu sou a Anne… vivo num iglô muito distante daqui… e tu quem és?
-Eu chamo-me Caroline e sou uma cientista. Este edifício tem um enorme conjunto de laboratórios, que são utilizados por mim e pelos meus amigos cientistas que também vieram fazer explorações para a Antártida.
-E porque é que vocês vieram para Antártida?- perguntou Anne, um pouco desconfiada.
-Todos nós adoramos a Antártida! Anne, espera aí alguns minutos. Vou pegar no meu casaco e vou ter contigo aí fora.
Para não fazer Anne esperar muito, Caroline foi buscar o seu casaco muito rapidamente. Já com ele vestido, foi até à porta de entrada, para falar com Anne.
-Anne? Onde estás?
Anne não respondeu.
-Anne? Não me digas que fugiste de mim!
-Estou aqui!- gritou Anne.
-Já estava a ficar assustada! Não te estava a ver… bem, vou falar um pouco do meu trabalho como cientista aqui na Antártida. Desde que sou pequena que gosto muito de investigar “coisas” novas, nomeadamente algumas espécies de animais. Em 2010, um avião partiu da Califórnia, onde vivia eu com a minha família, em direção à Antártida. Então, aproveitei a oportunidade de explorar inúmeras pesquisas sobre povos inauditos.
-Inauditos? O que significa?- perguntou Anne com muita curiosidade.
-A palavra “inaudito” significa o que nunca se ouviu falar.
-A sério? A minha mãe está sempre a dizer que eu e a minha família fazemos parte de um povo inaudito e que ninguém nos conhece, nem ninguém quer saber de nós! Todos nos desprezam! Mas eu nunca soube o significado da palavra “inaudito”…
-Preciso que me digas como se chama o vosso povo. Seria muito útil para o meu trabalho.
-Povo Skicadu.
-Muito obrigada por estas informações! – disse Caroline contente.- Agora, vou continuar a fazer a minha pesquisa sobre povos inauditos. Já sei o que escrever! Ajudaste-me imenso! Mas, o que hei de fazer para te recompensar?
-Era excelente se conseguisses fazer com que o nosso povo ficasse conhecido.
-Vou fazer os possíveis! Gostei muito de te conhecer, Anne!
-E eu a ti Caroline! Felicidades e bom trabalho!
Caroline voltou para o seu laboratório e escreveu tudo o que sabia sobre o povo Skicadu. Para que este se tornasse conhecido, publicou o seu trabalho e todas as suas pesquisas em muitas redes sociais.
Hoje em dia, é muito raro encontrar alguém que não conheça este povo!
Autor: O Flautista de Hamelin